ATA DA CENTÉSIMA NONA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA,
EM 05-11-2012.
Aos cinco dias do mês de novembro do ano de dois mil e
doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul
Torelly, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio
Dib, José Freitas, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mauro
Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
vereadores Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Luiz Braz, Maria Celeste,
Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Newton Braga Rosa, Pedro Ruas e Tarciso Flecha
Negra. À
MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 147/12 (Processo nº
1948/12), de autoria do vereador Paulo Marques. Também, foi apregoado o
Memorando nº 073/12, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, deferido
pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, amanhã, na abertura oficial da colheita do pêssego da 28ª
Festa do Pêssego Municipal e 21ª Festa Estadual do Pêssego, às quinze horas, em
Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 2490/12, do senhor Roberto
Maciel Zeni, Gerente da Filial GIDUR/PO – Caixa Econômica Federal. Durante a
Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima Nona, Nonagésima, Nonagésima
Primeira, Nonagésima Segunda, Nonagésima Terceira, Nonagésima Quarta,
Nonagésima Quinta e Nonagésima Sexta Sessões Ordinárias, da Décima Oitava
Sessão Extraordinária e da Trigésima, Trigésima Primeira, Trigésima Segunda,
Trigésima Terceira, Trigésima Quarta, Trigésima Quinta, Trigésima Sexta,
Trigésima Sétima, Trigésima Oitava, Trigésima Nona, Quadragésima, Quadragésima
Primeira, Quadragésima Segunda, Quadragésima Terceira e Quadragésima Quarta
Sessões Solenes. Após, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador João Carlos Nedel, solicitando Licença para Tratar de
Interesses Particulares, do dia de hoje ao dia quatorze de novembro do corrente,
tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o suplente Newton
Braga Rosa, informando que Sua Senhoria integrará a Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada
pelo suplente Reginaldo Pujol, informando seu impedimento em assumir a vereança
do dia de hoje ao dia onze de novembro do corrente, em substituição ao Vereador
João Carlos Nedel. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro,
João Antonio Dib e Bernardino Vendruscolo. Às quatorze horas e
trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto
Legislativo nº 002/12 (Processo nº 2381/12). Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 077/12 (Processo nº 2384/12). Em prosseguimento, foi apregoada
a Emenda nº 01, de autoria do vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do
PP, ao Projeto de Lei do Executivo nº 036/12 (Processo nº 1950/12). A seguir,
foi rejeitado Requerimento de autoria do vereador Carlos Todeschini,
solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei do
Executivo nº 036/12, por onze votos SIM e dezoito votos NÃO, após ser
encaminhado à votação pelos vereadores Carlos Todeschini, Adeli Sell e João
Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo vereador Adeli Sell, tendo
votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon
e Toni Proença e Não os vereadores Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr.
Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, João Antonio
Dib, José Freitas, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Márcio Bins
Ely, Newton Braga Rosa, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo
e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de
Lei do Executivo nº 036/12 (Processo nº 1950/12), após ser discutido pelos
vereadores Fernanda Melchionna, Carlos Todeschini, Sofia Cavedon, Adeli Sell,
Beto Moesch, Idenir Cecchim, Engenheiro Comassetto, Sebastião Melo, Dr. Thiago
Duarte, Professor Garcia e Maria Celeste e encaminhado à votação pelos
vereadores Adeli Sell e Engenheiro Comassetto. Foi aprovada a Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 036/12, por vinte e dois votos SIM e
nove ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Carlos Todeschini,
tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago
Duarte, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, José Freitas, Kevin
Krieger, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Newton
Braga Rosa, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores Adeli Sell,
Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste,
Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença. Foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 036/12, por dezenove votos SIM, onze votos NÃO e
três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Carlos Todeschini,
tendo votado Sim os vereadores Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Raul
Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, João Antonio Dib,
José Freitas, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Newton Braga Rosa, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia,
Sebastião Melo e Waldir Canal, votado Não os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni
Proença e optado pela Abstenção os vereadores Bernardino Vendruscolo, Nelcir
Tessaro e Tarciso Flecha Negra e tendo apresentado Declaração de Voto, conjuntamente, os vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador João
Antonio Dib, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante
da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 132/12 (Processo nº 1689/12), por trinta votos SIM,
tendo votado os vereadores Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago
Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim,
João Antonio Dib, José Freitas, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro,
Newton Braga Rosa, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir
Canal. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/12 (Processo nº 1797/12), por vinte e sete votos SIM, tendo
votado os vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib,
José Freitas, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Newton Braga Rosa, Paulinho Rubem
Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e
Waldir Canal. Às dezesseis horas e trinta e seis minutos, o senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. A seguir, o senhor Presidente
informou que, por acordo dos senhores vereadores, seria alterada a ordem dos
trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se a vereadora Sofia
Cavedon. Durante a Sessão, os vereadores Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, João Antonio Dib e Sebastião Melo manifestaram-se acerca de
assuntos diversos. Às dezesseis horas e quarenta e seis minutos, constatada a
inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador
Haroldo de Souza e pela vereadora Fernanda Melchionna e secretariados pelo
vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João
Carlos Nedel solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período
de 5 a 14 de novembro de 2012. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara
empossado o Ver. Newton Braga Rosa, que integrará a Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul, em função da impossibilidade de o Suplente
Reginaldo Pujol assumir a Vereança.
Solicito ao Ver. Carlos Todeschini que
secretarie os trabalhos para leitura das proposições e do material encaminhado
à Mesa.
(O Ver. Carlos Todeschini procede à
leitura das proposições encaminhadas à Mesa.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, solicitaria que V. Exa. colocasse em votação no Plenário a
antecipação da Ordem do Dia, eis que os dois oradores inscritos em Grande
Expediente concordam que isso aconteça.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Ver.
Carlos Todeschini.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Se for
mantida, eu vou encaminhar contra.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O
senhor quer encaminhar o Requerimento?
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Nós podemos dar acordo se o tempo das Lideranças for mantido.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Ver. João Antonio Dib, preservaremos o tempo das
Lideranças.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores;
público que nos assiste pelo Canal 16, público das galerias; venho agradecer ao
nosso Líder Ver. Comassetto a oportunidade de falar em nome do nosso Partido, o
Partido dos Trabalhadores.
Venho aqui para falar a respeito de uma matéria que
saiu no jornal, Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, na semana passada, que
fala dos resultados de uma CPI que aconteceu nesta Casa, presidida pelo Ver.
Luiz Braz: CPI da Secretaria da Juventude, do ProJovem, de 2011, Ver. Toni
Proença.
Muitas vezes escutei, aqui nesta Casa,
principalmente o Ver. João Antonio Dib – com todo respeito que V. Exa sabe que
tenho pela sua pessoa –, que falava que os Vereadores não sabem investigar as
CPIs, que CPI é “paralamentar”. Mas, pelo resultado que saiu, não é bem assim,
pois as notícias que temos é que a CPI do ProJovem, que aconteceu nesta Casa,
foi votada – este Vereador fez um voto separado –, nós entregamos o Relatório
ao Ministério Público e os resultados começam a aparecer.
Matéria publicada pelo jornalista Eduardo, do
Diário Gaúcho, na última quinta-feira, mostra que o inquérito sobre o Sr.
Alexandre Rambo, ex-Secretário da Juventude, está aberto, com uma investigação
a respeito da sua atuação, baseada no Relatório que foi entregue ao Ministério
Público.
Então, parece que a Câmara sabe que investigar tem
alguns problemas, muitas vezes falta um pouco de estrutura, mas houve
resultado. Aqui nesta Casa, durante a CPI do ProJovem, lembro bem que veio o
Sr. Douglas, da Empresa de Sonorização, que falou, apresentou documentos, essa
CPI investigou e o Relatório foi entregue e houve resultado; não só ele, também
diz na matéria que mais quatro pessoas estão indiciadas, Ver. Luiz Braz – o
senhor presta atenção no nosso pronunciamento, foi o Presidente dessa CPI.
Então as CPIs, realmente, dão resultados, e a CPI do ProJovem teve resultado,
Ver. Luiz Braz. Como eu estava dizendo antes, apesar das dificuldades, às vezes
com falta de estrutura, esta Casa cumpriu o seu papel, e agora esperamos o
desenrolar desse Inquérito que está sendo realizado. Também posso dizer que
tenho a certeza que, sobre a CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho, a qual
presidi, Ver. Luiz Braz, e que também teve um Relatório entregue ao Ministério
Público, ao Tribunal de Contas, teremos os resultados logo ali na frente. O
resultado da CPI do ProJovem aconteceu já em março; está na matéria publicada
que, em março, o Secretário Alexandre Rambo e outras quatro pessoas já estavam
indiciadas e vão responder sobre o Inquérito. Portanto, isso demonstra que esta
Casa tem valor, que trabalha, e que a CPI tem valor, sim, Ver. João Antonio
Dib. Claro que nós entendemos a posição do Líder do Governo, que tenta fazer o
trabalho, muitas vezes, de obstruir, porque a CPI é para investigar, e
normalmente investiga pessoas ligadas ao Governo – foi isso que aconteceu nas
duas CPIs em que tive a oportunidade de participar nesta Casa.
A população pode ter certeza que a Câmara de
Vereadores, com todas as dificuldades que tem de estrutura, realiza o seu
trabalho, investigou, e o resultado está acontecendo. Portanto, fico triste por
ter participado de uma CPI que investigou e teve resultado, mas fico alegre
porque trabalhamos e demonstramos que esta Casa é séria, que tem bons
Vereadores que trabalharam com afinco, e o resultado está aparecendo.
Vamos aguardar agora o Inquérito para saber,
realmente, o resultado que vai dar. Mas, tenho certeza que o resultado vai
acontecer, assim como na CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho. Então, estamos de
parabéns, Ver. Luiz Braz, que presidiu a CPI da Juventude, e vamos aguardar os
resultados.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu vou ser muito breve,
já que fui citado nominalmente, várias vezes, pelo Mauro Pinheiro. Continuo
pensando a mesma coisa, ou seja, esta Casa não tem condições de fazer CPI, e o
Ver. Mauro Pinheiro preside e relata, então ele podia fazer sozinho aquilo que
a Polícia Federal e o Ministério Público já estão fazendo. E não sou eu que
digo isto; o Brasil inteiro leu nos jornais que a CPI do Cachoeira, na Câmara
Federal, onde a assessoria é muito maior do que nós temos aqui, também chegou à
conclusão de que não adianta fazer CPI, porque eles não sabem o que dizer. A
Polícia Federal e o Ministério Público estão investigando, e eles estão
repetindo. Mas o grande Relator é realmente o Ver. Mauro Pinheiro. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver.
Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu aproveitei para pedir
Liderança – e quero agradecer ao Ver. Tarciso Flecha Negra por me conceder este
tempo – e dizer: o que mais nós estamos acostumados a ver na política é um
discurso, e uma prática bem distinta. Eu quero fazer uma provocação: foi
exatamente dessa CPI que tomamos uma decisão, ainda que alguns achem que é inconstitucional.
Nós produzimos um Projeto que tramita nesta Casa, com muita dificuldade, que é
o seguinte: se o assunto for de conhecimento público, que está sendo
investigado pela Polícia ou pelo Ministério Público, não caberia ou não caberá
a instalação de CPI. Só que o tempo passa, e nós estamos vendo que alguns
Parlamentares usam o discurso para se justificar, dizendo: “Se estava sendo
investigado pelo Ministério Público ou pela Polícia, não teria o porquê da
CPI”. Mas, lá na origem, quando têm oportunidade de realmente assumir esse
comportamento, o fazem de forma diferente. Podem dizer: “Bernardino, nós não
podemos tirar um direito das minorias, um direito constitucional das CPIs”. É
verdade, nós não podemos, mas nós podemos regrar essas proposições, ter um
mínimo de exigências. Se o assunto que está sendo investigado é de conhecimento
público – minha tese –, seria ou será desnecessário fazer-se CPI, até porque a
Polícia e o Ministério Público realmente têm muito mais condições do que nós,
Parlamentares. Agora, se nós temos um segmento ou uma corrente que concorda com
esse meu ponto de vista, por que é que, quando se tem que votar, quando se tem
que dar um parecer ao meu projeto, se dá um parecer contrário? Faço este
desafio, porque este é o momento oportuno.
Por outro lado, quero aproveitar esses dois minutos
que me restam para dizer o seguinte: está em pauta e passou, na semana, o
Projeto do Executivo que traz um regramento, estabelece prazos para as
conclusões de obras inacabadas no Centro Histórico. Gente, aquele “esqueletão”
da Praça XV, se não houver interferência do Poder Executivo, nós vamos
completar mais 50 anos com aquela obra inacabada; até porque, na semana que
passou, nós recebemos aqui uma comissão de proprietários que comprovam a
propriedade. O que eles nos dizem? Dizem que mais de 40% dos proprietários ou
possíveis proprietários daquele imóvel conhecido por todos nós como
“esqueletão”, no início da Rua Marechal Floriano, não são localizados! “Ah, mas
tem o edital...” Mas que o Governo então use o edital; que o Poder Público use
o recurso do edital para chamar e que aja! O Poder Público tem condições de
agir. Por que não fazem ali residências para os servidores do próprio
Município? Por que não dão condições de se formar uma cooperativa e terminar a
obra?
Agora, não adianta mandarmos leis para cá dando
prazo para as pessoas cumprirem. Se nós olharmos a lei que está tramitando aqui
nesta Casa, nem penalidade tem! Aí não dá, aí é eleitoreira! Se não me falha a
memória, aquele prédio está aguardando 50 anos para ser concluído, e nós vamos
ficar aqui apreciando, apreciando e apreciando? Dia de saúde e paz!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 14h32min): Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2381/12 – PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO Nº 002/12,
de autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Prefeito Municipal
de Porto Alegre, senhor José Fortunati, a ausentar-se do Município, do dia 31
de outubro ao dia 11 de novembro de 2012, ocasião em que estará em férias, e a
ausentar-se do Município e do País, do dia 12 de novembro ao dia 16 de novembro
de 2012, para viajar à Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 31-10-12.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PDL nº 002/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 077/12 – (Proc. nº 2384/12 – Mesa
Diretora) – requer seja o período de
Comunicações do dia 12 de novembro destinado a assinalar o transcurso do Dia
Nacional da Polônia, a ocorrer no dia 11 de novembro.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o
Requerimento nº 077/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1950/12 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 036/12, que
revoga os incs. I e II do art. 4º da Lei nº 11.101, de 25 de julho de 2011, que
cria a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), no âmbito da
Administração Centralizada do Executivo Municipal, dispõe sobre suas
competências, cria cargos em comissão e funções gratificadas, a serem lotadas
nessa Secretaria, e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 29-10-12.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLE nº
036/12. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o
PLE nº 036/12.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Vereadores,
Vereadoras, eu confesso que fiquei... não diria assustada quando li o Projeto,
mas, de fato, há retirada de algumas das principais atribuições que a Secretaria Municipal dos Direitos Animais tem na cidade de
Porto Alegre. Quando nós recebemos o Projeto que criava a SEDA, a nossa
Bancada, minha e do Ver. Pedro Ruas, uma Bancada claramente de oposição, foi
favorável ao Projeto, porque, de fato, Porto Alegre precisa avançar nas
políticas públicas em relação à proteção dos animais, na questão de
controle de zoonose, na política de adoção responsável, na política de combate
permanente aos maus-tratos e na política de recolhimento de animais em situação
extremamente precária. Nós brigamos, naquela época, Ver. Pedro Ruas, com a
criação dos cargos em comissão, o que, juntando com as FGs, totalizava quase R$
1 milhão em impacto financeiro anual para a SEDA, quando a Secretaria dispunha
de apenas de R$ 365 mil para executar as políticas públicas necessárias no que
diz respeito à política de proteção aos animais.
Quando nós
recebemos este Projeto, ficamos no mínimo preocupados – talvez seja a melhor definição – com a questão da SEDA e do
seu desenvolvimento como uma Secretaria que, de fato, corresponda às
necessidades de proteção aos animais da cidade de Porto Alegre. O que o Governo
quer, neste momento, é esvaziar as atribuições da Secretaria Especial dos
Direitos Animais.
O Projeto de Lei que
estamos discutindo e votando hoje tira dois incisos fundamentais que eram parte
das atividades públicas referente aos animais domésticos. Diz o seguinte (Lê.):
“I – o recolhimento, a remoção, a apreensão, o
alojamento e a guarda de animais; II – a garantia de espaço físico destinado à
observação técnica pelo prazo determinado pela norma técnica/MS para animais
agressores, mordedores, com alterações comportamentais ou neurológicas, como
forma de monitoramento da raiva urbana”. Ver. Adeli, esses dois incisos estão
sendo retirados pela Prefeitura! Então, os animais que estão abandonados na
nossa Cidade, que, muitas vezes, foram vítimas de maus-tratos ou, pior,
abandonados depois da situação de maus-tratos ficarão nas ruas porque a SEDA quer
se desresponsabilizar da retirada do alojamento, do carinho e do trato desses
animais! “II – animais agressores, mordedores, com alterações comportamentais”,
que a Lei protegia, no sentido de garantir um alojamento adequado para esses
animais, para que, ao mesmo tempo, eles possam ser protegidos, mas, por outro
lado, a população também possa ser protegida de animais que são agressores
estão sendo retirados do Projeto de Lei, Ver. João Antonio Dib! É isso que o
Governo está fazendo! O Governo está retirando duas das principais atribuições
da SEDA como forma de reduzir custos naquilo que foi um avanço para a cidade de
Porto Alegre, que é ter uma Secretaria Especial para tratar dos direitos dos
animais. Ao mesmo tempo, garantir que não haja política de recolhimento – Ver.
Todeschini, que também discutiu esta matéria na semana passada –, que não haja
política de acolhimento para os milhares de animais abandonados que precisam,
sim, ter acolhimento; que precisam passar por projetos e programas como o
Adoção Responsável, mas que, durante esse prazo entre o recolhimento e a
adoção, eles tem que ter um local para que esses animais possam ficar. Este
Projeto retira dois incisos que são muito importantes à criação da SEDA.
Então, nós estamos não só encaminhando contra este
Projeto, como dizendo do risco que esta Câmara corre ao votar este Projeto de
maneira açodada. Foi feita alguma audiência pública com as protetoras, com as
ONGs – que fazem trabalhos magníficos e, muitas vezes sem recursos – para
discutir este Projeto de Lei de alteração? Sequer passou por todas as
Comissões!
Então me parece que a Câmara não pode, de maneira
nenhuma, aprovar essas alterações, sob pena do início de uma política pública
ficar limitada, sem garantir as suas principais atribuições; sob pena de a
Câmara ficar com a pecha de antidemocrática em função de não discutir com a
sociedade projetos que dizem respeito ao trabalho sistemático de dezenas de
protetoras na cidade de Porto Alegre; sob pena de aumentar os riscos à
população, quando os animais agressores não tiverem um alojamento adequado para
garantir os seus direitos e também a segurança da população de Porto Alegre.
Nós precisamos rejeitar este Projeto. É necessário
que haja uma votação contrária à tentativa de desmontar o início de uma política
pública que foi louvada por todos nesta Casa, que foi um avanço para esta
Cidade, não tenho nenhuma dúvida, mas que já nasceu comprometida na lógica da
criação de secretaria de sempre criar dezenas de Cargos em Comissão. É quase um
R$ 1 milhão da folha de pagamento para pagar os CCs! E agora o Governo diz que
há ônus para os cofres municipais garantir questões que são fundamentais! V.
Exa. sabe quantos casos de abandono! E nós recebemos as ligações pedindo ajuda
para que haja recolhimento dos animais. Então, isso é extremamente preocupante.
Nós queremos abrir esse debate porque não é possível que o próprio Governo, que
criou uma legislação no sentido de avançar nas políticas públicas de proteção
aos animais, comece, no final de 2012, a desmontar o início – repito –, o
início de uma política pública que precisa avançar, que precisa ser melhorada,
que precisa ter mais recursos; mas não, não, Ver. João Dib, ser desmontada
desse jeito, como a Prefeitura Municipal encaminha para esta Câmara de
Vereadores.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O senhor estava inscrito para discutir o Projeto?
Não foi registrado aqui, não adianta ficar brabinho. A tarde está tão boa.
Vamos devagar, numa boa.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLE nº 036/12.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Quem tem que ficar calmo é o senhor, Presidente, porque eu me inscrevi
no tempo e o senhor não anotou. O problema é seu e não é meu!
Isso que está em pauta aqui é o absurdo dos
absurdos da Cidade! Nós aprovamos, Ver.ª Fernanda, a Lei de criação da SEDA,
com os CCs todos, com o orçamento de R$ 1 milhão, com as estruturas, com tudo
para que as pessoas pudessem ter no Poder Público um organismo capaz de
resolver os problemas ligados aos animais que têm desvio de comportamento.
Citamos, aí, animais que antes eram de responsabilidade e de atribuição do
Departamento de Zoonoses. A partir da Lei Estadual, de autoria do Deputado
Carlos Gomes, mudou substancialmente a relação com esses animais. Há caos de
animais que agrediram familiares; há um caso em que três cães devoraram o seu
proprietário, lá no Sarandi; há casos da mais alta gravidade. E, agora, a SEDA,
para não assumir as obrigações que foram estabelecidas na Lei, a partir das
nossas emendas, manda para cá um Projeto, sem passar pela COSMAM, querendo se
desresponsabilizar das atribuições. Não é aceitável isso. Manda para cá um
projeto em Regime de Urgência – Art. 81 –, sem passar por um debate, sem passar
pela construção com o movimento de proteção dos animais e sem discutir a Lei em
profundidade, passando apenas pela CCJ e pela Comissão de Finanças e diz que o
governo vai lavar as mãos fazendo com que essa secretaria não seja mais um
cabide de emprego. Esse é o problema: mais um cabide de emprego, vergonhoso!
Vergonhoso, Ver. Sebastião Melo, o senhor que está liderando aqui o movimento
pela derrubada das atribuições da SEDA, pois são as únicas que são explícitas e
determinativas sobre as obrigações que essa Secretaria tem de ter. É
inaceitável esse tipo de coisa, porque a Secretaria teve nosso voto a favor na
hora da criação. Agora, de maneira sorrateira, em Regime de Urgência, sem
passar pela COSMAM, quer o governo acabar com as responsabilidades que
definimos em lei. Se foi definido em lei e teve a decisão unânime é por que
aquilo deveria ser importante para dar solução aos animais mordedores,
agressores, com desvio de comportamento, aos animais abandonados, aos animais
nas mais diversas situações em que as famílias não conseguem mais dar conta. São
inúmeros casos. Sabem o que vai acontecer? Quem mora na Restinga vai pegar uma
viatura e soltar o cachorro no Sarandi; quem mora no Sarandi vai pegar uma
viatura e soltar o cachorro na Restinga – é isso que vai acontecer. Nunca vi
tamanha irresponsabilidade e tamanho descompromisso.
Evidentemente, foram reeleitos e agora eles acham
que podem tudo. Não vou me calar por que essa atitude, essa medida é da mais
alta falta de responsabilidade. Como disse a Dra. Regina naquele dia da
aprovação, e agora se confirma: “Não, não quero uma Secretaria para ter
trabalho, não quero uma Secretaria para ter responsabilidade, quero uma
Secretaria para fazer movimento e articulações”. Confesso que se fosse para
isso não teria tido o meu voto porque temos centenas de animais abandonados,
mas também temos inúmeros animais agressores que agridem familiares e, pela lei
do Deputado Carlos Gomes, agora não pode ser feito mais nada com esses animais.
Eles têm de ir para um centro de reciclagem, de reeducação. Agora a família que
não tem como fazer isso vai ficar refém do animal, como é o caso da Dona Bete,
esposa de Carlos Hildebrando, lá do bairro Espírito Santo, que preparava o
almoço, às 11 horas, em casa, quando o cachorro invadiu a cozinha, deu-lhe uma
voadora e arrancou-lhe o couro cabeludo. A senhora levou 15 pontos para curar o
ferimento, a lesão. Esse animal, depois de muita insistência, inclusive aqui
desta tribuna, está lá na SEDA porque a família não tem como ter o animal em
casa, protegido, abrigado e com serviço de reeducação. Foi por isso que nós
entendemos, junto com o Departamento de Zoonoses, que essa atribuição tem que
ser da SEDA. Agora, lamentavelmente, vergonhosamente, Ver. Sebastião Melo, o
senhor, uma semana depois de eleito, assume um papel desse tipo. Vergonhosamente!
Só estão usando dinheiro público para fazer política, para fazer autopromoção;
agora não vejo responsabilidade e trabalho. E o senhor está liderando essa
política, não é, Ver. Sebastião Melo, futuro Vice-Prefeito? Veja em mãos de
quem a Cidade vai parar. Lamentavelmente!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLE nº 036/12.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, público
que nos acompanha; nós, desde o início, desde o nascimento desta Secretaria,
como das demais Secretarias, microssecretarias, as quais chamamos de as novas
Secretarias, como a Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego, a Secretaria
Especial de Acessibilidade e Inclusão Social, a própria Secretaria
Municipal da Juventude, sempre problematizamos a opção de gestão de construção
de Secretarias separadas nesses temas, sem a possibilidade de orçamento e sem a possibilidade de equipes, de grupos de trabalho, obviamente, porque
o cobertor é o mesmo; para criar novas Secretarias e novos grupos de gestão é
preciso tirar de algum lugar.
E agora a gente vê
que esse ajuste que o Governo faz é óbvio que é para não criar o que já existe
na Cidade, Ver. Mauro Pinheiro, que é uma insatisfação e uma cobrança de um
trabalho que a Secretaria não consegue fazer, que eu não consigo imaginar – e
nós fizemos esse debate, à época – como a SEDA não vai trabalhar de forma
articulada com a equipe de Zoonoses, como ela não terá um acesso direto ao
recolhimento, remoção, apreensão, alojamento e guarda de animais? Como ela não
vai garantir um espaço físico para isso e um trabalho articulado com a Saúde?
Então, ela fará o quê? Apenas o discurso político? Vejo que o Ver. Mario Manfro
também se espanta. Apenas o discurso político de que existe uma Secretaria dos
animais, porque é bonitinho, porque é querido amar os animais? Isso não nos
serve! Não enquanto política pública. Enquanto política pública, nós temos que
ser muito mais sérios. Nós sabemos a gravidade do problema dos animais da
cidade de Porto Alegre, é extremamente grave! Há uma epidemia, nesses
bichinhos, gatos e cachorros, de carrapatos, de sarna; é assustador, e sem uma
orientação, sem um trabalho de educação, sem condições de intervenção da
Prefeitura de Porto Alegre, que faz uma opção de trabalhar por gavetinhas, Ver.
Todeschini, diferentemente do discurso que o Prefeito fez aqui, na sala, quando
entregou o Orçamento!
Quando ele entregou o
Orçamento, nós cobrávamos o cumprimento do investimento. E eu cobrava a redução
dos recursos na Cultura e no Esporte, porque nós sabemos que recursos da
Cultura e do Esporte foram drenados para as novas Secretarias, e drenados para
duas Secretarias, estas, sim, poderosas: a Secretaria de Governança e a Secretaria
de Gestão. Vejam, Secretarias-meio, que têm mais recursos que o Esporte e que a
Cultura; Secretarias-meio, que devem gastar muito bem seus recursos em
assessorias, em contratação de assessorias, ou, então, para burlar o Orçamento
Participativo. E a SEDA, em vez de receber recursos e receber funções, tem
funções retiradas, que é para não ter o que cobrar! Não! É uma Secretaria para
o diletantismo, eu imagino, Ver. Dib, porque, se não dá para recuperar os
animais, se não dá para recolher, se não dá para tratar, se não fazem nada,
porque quem trata, certamente, é a Saúde. O que
faz a SEDA? Esta é a pergunta que a Casa tem que fazer neste debate: qual é o
papel e a função da SEDA?
Cada vez mais cresce
a consciência, na cidade de Porto Alegre, da necessidade do cuidado com os
animais, e nós nos somamos a isso. Nós nos somamos, porque quem é brutal com o
animal é brutal com as crianças, é brutal com o ser humano; não é delicado, não
faz gentileza, não cuida do outro, não faz uma cidade, portanto, da cultura, da
solidariedade, do acolhimento.
Agora, nós queremos
uma Secretaria pró-ativa, nós queremos uma Secretaria efetiva, nós queremos uma
Secretaria com capacidade de articulação: da ação desde a Saúde, ação junto com
as nossas equipes da Saúde da Família, orientando as famílias; da Assistência
Social, orientando as famílias para lidar com os animais; a Saúde da Família
orientando sobre o tema da relação com os animais, que está umbilicalmente
ligado à saúde das crianças, porque os pátios estão infestados; a relação com
os bichos é problemática, porque eles estão doentes, sem falar nos animais que
não são os animais domésticos, como os ratos, as pombas.
É uma série de temas
que a SEDA poderia debater, para fazer o enfrentamento, fazer a reeducação da
população, porque é com a reeducação da população que se vai enfrentar o
problema que é o convívio com os animais nos centros urbanos. Também há o
convívio com os cavalos, o cuidado com os cavalos.
Então, nós queremos
uma explicação do Governo; eu não vi, eu estou estranhando: não subiu ninguém
aqui representando o Governo Municipal para trazer uma explicação para esta
Casa e para a sociedade. Por que a Secretaria Municipal dos Direitos Animais –
eu vou repetir aqui, porque a população nos assiste em casa – deixará de ter a
tarefa de recolher, remover, apreender, alojar e guardar animais? Por que ela
não terá mais que dar a garantia de espaço físico destinado à observação
técnica, pelo prazo determinado pela norma técnica, para animais agressores,
mordedores, com alterações comportamentais e neurológicas, como forma de
monitoramento da raiva urbana? Por que ela não assume mais essa função? Quem
assume? E qual a tarefa da SEDA? Estas são perguntas que nós precisamos
responder, ou melhor, o Executivo deve responder.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 036/12.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver.
Haroldo, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras, tem um
lema que eu trago sempre comigo, Ver. Brasinha, que é: “Faça a coisa certa”.
Como eu sei que fazer não é apenas um ato de vontade, então, eu sempre penso
que devemos tentar fazer a coisa certa.
Eu acho que nós
fizemos a coisa certa quando aprovamos algumas reestruturações na Administração
Pública de Porto Alegre nos últimos anos, criando, recriando, refazendo algumas
Secretarias.
Talvez o novo Governo
– que eu chamo de novo Governo, porque não considero, com todo o respeito ao
PMDB, que a gestão Fortunati seja a mesma coisa do seu antecessor, o Fogaça; eu
faço uma diferença, inclusive, sob o ponto de vista comportamental, de atitude
e, também, porque há a questão partidária, já que o PDT é da base de aliança do
Governo Dilma e do Governo Tarso e, portanto, faço esta distinção – devesse
revisar algumas Secretarias. Algumas não precisam existir, deveriam ser
extintas, deveriam compor antigas Secretarias, com Coordenações, por exemplo.
Mas, quando nós criamos a SEDA, foi para fazer a coisa certa, para ela
trabalhar na sua totalidade. E, agora, quando este Projeto de Lei, Ver.
Sebastião Melo – que me ouve –, retira aquilo que, na minha opinião, é
essencial da Secretaria, que é o recolhimento, a remoção, o alojamento e a
guarda de animais, a garantia de um espaço físico destinado à observação
técnica pelo prazo determinado pela norma técnica, etc. e tal... Olha, quando
se fala em fazer um hospital veterinário, Ver.ª Fernanda Melchionna, é uma
contradição retirar, então, essa função da SEDA. Se nós retirarmos essa função da
SEDA, qual seria, efetivamente, Ver. Pedro Ruas, a efetividade de um hospital
veterinário? É esta pergunta que temos de nos fazer. Então, é contraditória a
posição do Governo, totalmente contraditória.
Tem mais: se este
debate for efetivamente feito na sociedade, com as entidades protetoras de
animais, com as pessoas que têm animais, que gostam de animais e
que não suportam ver animais nas ruas, inclusive muitos deles com moléstias,
que deveriam ser tratados, muitos deles sequelados, nós não deveríamos mudar em
absolutamente nada a composição, a organização e as funções da SEDA. Quem fará
esse trabalho?
Então, eu volto a dizer, Ver. Sebastião e Ver.
Cecchim, que há uma contradição com o discurso que foi colocado, no último
período, de criação de um hospital veterinário, que tem um custo. Eu concordo
com a criação; as pessoas dirão que faltam vagas na Saúde, mas o cuidado com
zoonoses é uma questão de Saúde Pública, também. Então, uma coisa não pode ser
desvinculada da outra.
Eu acho que uma cidade, para ser aprazível, para
quem mora nela, para quem a visita, para o turista – e nós estamos esperando a
Copa do Mundo –, ela deve ter muitas árvores cuidadas, fundamentalmente com
poda preventiva – coisa que algumas pessoas da SMAM não aprenderam até hoje –,
e deveríamos ter uma relação com a Defesa Civil para, inclusive, o corte de
algumas árvores exóticas que põem em risco pessoas, casas e famílias. E nós
temos que ter preocupação com os animais, como já foi colocado, aqui, animais
que, muitas vezes, instigados por seus donos, não devidamente cuidados, ficam
violentos, estão famintos, malcuidados, maltratados.
Então, para que a SEDA tenha função efetiva, Ver.
Tessaro, ela deve permanecer com essas funções que a atual Gestão quer retirar.
É contraditório, é equivocado com a função
primeira, pela qual nós, aqui, aprovamos a Secretaria Especial dos Direitos
Animais. É totalmente contraditório!
Este debate tem que ser feito aqui e agora, e eu
espero que a sensibilidade e a sensatez das pessoas façam com que nós não aprovemos
este Projeto.
E, se eu puder sugerir ao Ver. João Dib e ao nosso
futuro Vice-Prefeito, Sebastião Melo, para que criemos, de comum acordo, um
Grupo de Trabalho, uma representação, digamos, de três ou quatro Vereadores
desta Casa, com representantes do Governo, a COSMAM, por exemplo, com o
Governo, e articularmos a política de bem-estar animal para o próximo período.
Eu acho que essa seria uma proposta sensata. Espero que o Governo recue na sua posição hoje, nós não podemos
aprovar porque, amanhã, nós seremos obrigados – nós, que, inclusive, fomos
muitas vezes criticados por termos dado voto favorável à SEDA – a dizer que o
Governo errou, que o Governo não ouviu, que o Governo não discutiu. Isso é bom
para o Governo? Isso é bom para um Governo que, daqui a 60 dias, estará se
reinstalando? Eu acho que não é bom! E aqui fala um Vereador do Partido dos
Trabalhadores, casualmente o seu Presidente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir
o PLE nº 036/12. (Pausa.) Desiste. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
discutir o PLE nº 036/12.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu me sinto muito satisfeito em poder debater um tema desses, Ver.
Dr. Raul Torelly, pelo seguinte: nós conseguimos pautar o assunto do bem-estar
animal na cidade de Porto Alegre apenas a partir de 2001, nesta Casa, nesta
Câmara de Vereadores. Criamos o Fórum de Bem-Estar Animal, vários Vereadores participaram
desse processo, vários, inclusive os que não estão mais conosco, como o Ver.
Sebenelo, por exemplo, com contribuições belíssimas. Porto Alegre hoje é
referência, Ver.ª Fernanda, em virtude desta Casa, em virtude das Organizações
Não Governamentais, as ONGs, que tiveram respaldo desta Casa em políticas de
bem-estar animal. Tenho dito sempre que toco nesse assunto, Ver. Nelcir
Tessaro, que isso não é fruto de um ou de outro Partido, do Executivo ou do
Legislativo; a sociedade de Porto Alegre soube se organizar para apresentar,
por mais tênue que seja, uma política de bem-estar animal. O próprio Judiciário
e o Ministério Público hoje priorizam esse tema, Ver. Mario Manfro, portanto, é
muito bom discutir esse assunto. O próprio Executivo reconhece isso, a própria
primeira-dama, Regina, reconhece o papel desta Casa em aprovar, quase que por
consenso, o Projeto de Lei que instituiu a SEDA. Então, esse debate é
fundamental.
O que eu estou sentindo com relação à supressão de
dois incisos? Primeiro, que a supressão pura e simples dos dois incisos, na
minha opinião, comprometem o texto legal, a supressão pura e simples. Por outro
lado, da maneira como estão prescritos os incisos I e II do art. 4º, eles
também não remetem à verdadeira atribuição da SEDA, porque não é a SEDA que vai
executar, por exemplo, animais com raiva, isso é tarefa da Secretaria da Saúde.
Cabe à SEDA monitorar, acompanhar até porventura os maus-tratos que podem
ocorrer, mas nós não podemos simplesmente suprimir esses incisos embora, como
estão, estejam açodando, atropelando o próprio papel da SEDA. No mesmo sentido,
com relação ao recolhimento. A SEDA já faz parcialmente e deve fazer alguns
tipos de recolhimento. Por exemplo, Ver. Toni Proença – V. Exa. que atua tanto
nessa área de reassentamento –, nos locais de reassentamento, a SEDA vai lá e
promove um trabalho de castração dos animais. Então, ela já faz isso. Se se
retirar esse inciso, não vai ficar outro inciso similar, uma outra função
similar. Mas também não é ela, a SEDA, que vai fazer todo e qualquer tipo de
recolhimento de animais. Se eu abandonar agora um animal, alguém pode fazer
isso, não é responsabilidade pura e simples da SEDA, ela não tem essa
estrutura, mas ela coordena esse trabalho e, muitas vezes, executa.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado,
Vereador, o senhor está no caminho correto, e penso que essa matéria tem que
ser debatida na COSMAM. O senhor, como Presidente da COSMAM, sempre foi muito
cioso da necessidade de os projetos a serem votados passarem pela COSMAM. E o
senhor veja o seguinte: o texto é claro, ele fala não do recolhimento
generalizado de animais, mas dos animais mordedores, animais agressores, com
desvios comportamentais ou neurológicos. São os casos graves que precisam de
alguém que se responsabilize. Portanto, aquilo que antes era uma atribuição do
Centro de Zoonoses passa a ser uma atribuição da SEDA por período determinado e
com base na norma técnica. Então, não é uma invenção e não é genericamente todo
o recolhimento, mas é um recolhimento específico, previsto para esses casos.
Por isso que nós precisamos debater, não dá para simplesmente suprimir isso que
está aí. Podemos até encontrar uma outra redação, mas ela tem que substituir à
altura essa demanda. Obrigado pelo aparte, Vereador.
O SR. BETO
MOESCH: Obrigado, Ver. Todeschini. Por isso que eu entendo e reforço que, por um
lado, o Executivo tem razão em, ao menos, querer alterar, Ver. Dib, os incisos
I e II, porque, como eles estão, eles não dialogam com a função institucional e
política da SEDA, mas, por outro lado, simplesmente suprimir os incisos I e II
vai gerar uma lacuna na Secretaria dos Direitos Animais.
Esta Casa foi fundamental nas discussões deste
Projeto, Ver. José Freitas, nós fizemos várias reuniões na Câmara Municipal que
dirimiram várias dúvidas, tanto é que nós conseguimos, quase que por
unanimidade, aprovar um projeto que, originalmente, era polêmico e que passou a
ser quase consensual. Volto a insistir e encerro: como estão os incisos I e II
do art. 4º, que o Executivo propõe a retirada, eles não podem ficar, porque
extrapolam a função da SEDA. Por outro lado, a pura e simples eliminação desses
dois incisos vai gerar uma lacuna na Lei, e nós temos justamente esse papel de
Parlamento, de buscarmos aqui duas Emendas refazendo os incisos I e II do art.
4º. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLE nº 036/12.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu ouvi atentamente
os pronunciamentos, ouvi o Ver. Todeschini fazendo uma declaração da morte de
um cidadão lá do Sarandi, e fiquei muito preocupado, Ver. Todeschini, porque eu
não tive essa notícia nem pela imprensa. Uma morte tão terrível dessas, acho
que teríamos mais notícias; eu não sei de três cães terem devorado seu próprio
dono lá, gostaria até de saber...
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Registro o acontecido
lá no Centro de Zoonoses, Vereador. Esse e outros tantos casos parecidos.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Mas isso deve ter registro até no Instituto Médico Legal, nessas
coisas...
O Sr. Carlos
Todeschini: Nós temos crianças agredidas, com membros arrancados, nós temos idosos
agredidos. Nós temos essa senhora que eu citei anteriormente, que teve o couro
cabeludo todo arrancado pelo próprio cão. Como é que fica essa situação toda? É
disso que nós estamos falando, é duma situação que a Cidade vive. Estamos
falando da proteção do cidadão e do cuidado com o animal.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado, Vereador. Realmente, é impressionante. V. Exa. tem o direito
ao jus sperniandi; a princípio, V.
Exa. foi contra a criação da SEDA.
(Aparte antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Votou a favor por causa da Emenda, negociando a Emenda? Eu lembro
também, na época dos pássaros da Redenção, que V. Exa. era contra a
transferência. Agora eu fiquei pensando: se cada família que cria um cão brabo e,
muitas vezes, é responsável por deixá-lo brabo, a família já começa a tratar
mal o animal... um cachorro não morde seu próprio dono de graça, é porque ele
foi incentivado! Até que servia, ele gostava do seu cão; para morder o vizinho,
para morder quem passa na rua, aí o cachorro presta. No momento em que ele se
vira... porque o cachorro é um animal e, de repente, ele morde seu próprio
dono, aí a responsabilidade é da Prefeitura. Acho que nós temos que colocar
alguns parâmetros nisso, a responsabilidade também é dos donos dos cães, de
fazerem com que os cães fiquem brabos, Ver. Dr. Goulart, tem que ter uma
responsabilidade desses donos de cães. Se morder o vizinho, está tudo bem, eles
não chamam a SEDA; se morder alguém da família, querem que a Prefeitura resolva.
Eu acho que não é bem assim. Se nós formos por esse caminho, nós vamos criar
novamente a carrocinha buscando cachorro em toda a Cidade, e não é isso que
queremos, Ver. Braz. A volta da “carrocinha”, Ver. Todeschini, acho que...
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa. permite um aparte?
O SR. IDENIR
CECCHIM: Eu lhe concedo aparte, mas não gostaria de fazer um debate com Vossa
Excelência.
O Sr. Carlos
Todeschini: Ver. Cecchim, trata-se de animais mordedores, animais agressores,
animais com desvios de comportamento e desvios neurológicos. Isso é previsto,
isso é um assunto da Medicina Veterinária, isso tem que ser tratado
tecnicamente. Nem todos os animais agridem porque recebem um tratamento
equivocado das famílias; há animais que têm problemas de natureza, e é por isso
que precisam de um tratamento diferenciado. E isso não pode ser desprezado
neste debate, em que, de forma açodada, o Governo quer, simplesmente, retirar
uma responsabilidade que foi prevista para substituir o papel que a equipe de
zoonoses fazia.
O SR. IDENIR
CECCHIM: A criação dessa Secretaria já cumpriu um papel importante: eu não tenho
dúvida nenhuma de que a cidade de Porto Alegre, depois da criação da SEDA,
tomou uma consciência muito maior em relação aos animais. Inclusive, na própria
campanha política, que assistimos há pouco, foi um tema para muitos candidatos;
muitos candidatos trataram do tema proteção aos animais, e acho que a criação
dessa Secretaria ajudou muito nisso. Agora, sinceramente, não dá para fazer o
denuncismo que V. Exa... Sei que a preocupação é sobre esses fatos; agora, se
um vizinho reclamar do cachorro do outro vizinho, a SEDA vai fazer o quê? Aí, o
proprietário, que ainda não foi mordido, não vai querer que a SEDA recolha o
seu cão, e os dois vizinhos dos dois lados da sua casa dizem: “Esse cachorro é
muito brabo, eu não consigo chegar em casa se ele estiver na rua”. E aí o que
se vai fazer? Tem-se que ter muito cuidado ao dar responsabilidades assim: a
Prefeitura que faça, a Secretaria que faça. Não, nós temos que ter
responsabilidades traçadas, e acho que cada um fazendo o seu papel, dá certo.
Ouvi, atentamente, o Ver. Adeli Sell propor um
Grupo de Trabalho. Acho que sim, que dá para fazer essa discussão, mas do jeito
que está, do jeito que o Ver. Todeschini quer... Simplificando, ele quer a
volta da “carrocinha”. É uma coisa antiga que ninguém mais quer fazer voltar; a
“carrocinha”, em Porto Alegre, não vai voltar mesmo que o Ver. Todeschini
queira!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLE nº 036/12.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
eu agradeço aqui, de coração, ao meu amigo Dr. Goulart pelo seu incentivo ao
debate. É exatamente para isso que venho a esta tribuna buscar dos colegas
Vereadores.
Quero aqui me dirigir, principalmente ao Ver.
Sebastião Melo, nosso futuro Vice-Prefeito, e ao Ver. João Antonio Dib. Quando
debatemos o tema da criação da SEDA, nós fizemos um amplo debate, e, como Líder
da oposição, nós contribuímos com o debate, com a construção, apresentamos um
conjunto de emendas, acordamos aqui neste Plenário, inclusive, naquele momento,
com a presença da Sra. Regina Becker, Primeira-Dama Municipal. E acordamos e votamos
o Projeto, que inclui no seu âmago, que a Secretaria teria de ser responsável
pelo recolhimento, pela remoção, pela apreensão, pelo alojamento e guarda de
animais, bem como ter uma ação técnica, por um determinado prazo, para os
animais agressores, os mordedores, aqueles com comportamentos neurológicos e os
que possuam raiva. Tudo isso nós acordamos. Inclusive, Ver. Cecchim, elegeu-se
uma futura colega Vereadora, a Lourdes, com o tema proteção dos animais. Tenho
certeza de que, mesmo ela sendo do seu Partido, ela não estará de acordo com o
que está sendo proposto aqui, de retirarmos esse conjunto de determinações
legais, que são importantíssimas para um Projeto como este dar certo numa
Cidade em que todos queremos a proteção dos animais e a proteção dos seus
cidadãos.
Então, isso significa que o Projeto ficará falho.
Eu trago aqui, novamente, ao Ver. Sebastião Melo,
que será o nosso futuro Vice-Prefeito, e estará sob a sua responsabilidade de
gestão, junto com o Prefeito Fortunati, fazer que esse sonho de Porto Alegre se
torne realidade. Que nós possamos não votar hoje este Projeto, mas encontrar
uma alternativa. Como foi anunciado, há poucos dias, que vai ser criado um
hospital veterinário, será que o hospital veterinário viria cobrir parte desse
processo? O Centro de Zoonoses, que foi incorporado, à SEDA, ele pode e deve
cumprir esse papel? Pode e deve, e está lá no bairro Lomba do Pinheiro, na
Estrada Bérico José Bernardes.
Então essa solução nós temos que encontrar, porque
houve um outro Projeto aqui, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que nós votamos
em 2008, quando ele era Presidente, que era o das Carroças, e lá nós fizemos um
duro debate, um amplo debate. Nós tivemos uma opinião divergente, mas séria em
que dizíamos que o Projeto das Carroças, para dar certo, nós teríamos que já
trazer embutido no Projeto qual era a alternativa para todos os carroceiros, e
esta Emenda, naquele momento, não foi aceita, não foi acordada. E nós também
aprovamos que, dentro de cinco anos, esse Projeto teria que se tornar a cabo,
efetivamente, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012. Nós vamos para 2013, eu pergunto
para os colegas Vereadores e para a população de Porto Alegre: o Projeto das
Carroças já surtiu efeito prático na Cidade? Não, não surtiu, porque ele não
veio embutido dessa alternativa para os carroceiros e de uma alternativa para
tratar de todos os animais que são utilizados como força de trabalho, hoje, na
cidade de Porto Alegre. Este é um tema muito semelhante. Então, se quisermos
tratar realmente dos animais de nossa Cidade, nós precisamos oferecer uma
alternativa. Ver. Dr. Goulart, o senhor que me incentivou a vir à tribuna, o
senhor que foi responsável pelas habitações populares, nós estivemos juntos
acompanhando a Vila Dique, quando as pessoas foram transferidas lá da Vila
Dique, ficaram lá centenas de animais abandonados, aqueles animais foram
propulsores de um Núcleo de Zoonoses na cidade de Porto Alegre, e ficou um
problema. Então, são situações como essa que nós queremos que sejam tratadas.
Não pode acontecer de um órgão público, que veio para tratar dos animais, não
ter um mecanismo, uma estrutura, um apoio, uma logística que possa dar
sustentação a esse tema.
Então, eu venho aqui, na linha do Presidente do meu
Partido, Ver. Adeli Sell, falar ao Presidente João Antonio Dib, bem como ao
Ver. Sebastião Melo, que traz aqui o tema, nós temos acordo, sim, em
reorganizar, mas pediríamos um tempo para, em conjunto, encontrarmos uma
solução para esse problema, que ficará sendo um problema da Cidade, porque
criamos um conjunto de cargos na SEDA. Na SEDA há cargos de CCs, em que há
chefe de gabinete, gestor, assistente, três assistentes, tem chefe de equipe,
tem oficial de gabinete, chefe “disso” e chefe “daquilo”. Nós temos que
constituir uma logística de recolhimento dos animais. Ver. Dr. Raul, o senhor
que trabalha muito nas ilhas sabe que um dos principais problemas de saúde que
existem – os nossos colegas médicos sabem disso – dizem respeito à quantidade
de animais que se proliferam, por isso nós temos que ter um destino adequado,
um destino que seja respeitoso aos animais e respeitoso à sociedade de Porto
Alegre. Então, eu venho aqui, em nome da oposição, pedir ao Ver. Sebastião Melo
que possamos dialogar e encontrar uma solução para a exclusão, que hoje o
Prefeito pede, a um Projeto que já é Lei. Um grande abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Apregoo a
Emenda nº 01, de autoria dos Vereadores Beto Moesch e João Antonio Dib, ao PLE
nº 036/12.
O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 036/12.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente Haroldo Joaquim de Souza, eu retorno a esta tribuna depois de
mais de três meses. Primeiro, quero agradecer ao povo de Porto Alegre e
cumprimentar cada um dos meus colegas e minhas colegas que muito me honram aqui
na Câmara Municipal.
Eu quero dizer ao meu
amigo Todeschini que eu tenho um carinho muito especial por ele. Eu sempre digo
que há maneiras e maneiras de se bater, pode-se bater com luvas ou sem luvas.
Ele chegou e me disse: “Olha, o Governo não vai estar em boas mãos”. Pois eu
respeito 65% da população que conduziu este Governo, eu estou com a população.
Eu quero dizer sobre esse tema, Presidente, o
seguinte: o Ver. Beto Moesch acabou de produzir uma Emenda que eu acho que vem
ao encontro dessa discussão. Eu, sinceramente, acho que não é o melhor caminho
o recolhimento de animais. Primeiro, porque não temos condições de fazer isso,
Ver. Dr. Goulart, e nem sequer a Organização Mundial de Saúde recomenda isso.
E, se a Prefeitura tivesse essa política de recolhimento, Ver. Comassetto, vai
estimular que mais pessoas abandonem animais. Eu acho que isso está correto.
Essa foi a Emenda do Ver. Todeschini; aliás, o Vereador tem toda a legitimidade
para propor emenda, e foi quando veio o Projeto originário, ele fez essas
emendas e elas acabaram sendo acolhidas. Não me cabe agora discutir se o
Governo concordou ou não concordou, houve cochilo... A verdade é que não estava
no texto original da Lei. O que a nossa Emenda está dizendo? A Emenda do Ver.
Beto Moesch está dizendo que a Prefeitura vai fazer o monitoramento; aliás, a
Prefeitura faz isso hoje, Ver. Comassetto.
Eu preciso dizer que, depois da criação da SEDA,
foram 7.540 esterilizações, o que justifica, sim, a criação da SEDA. Foi mais
do que isso: foram 422 cirurgias; mais do que isso: 1.971 fiscalizações; e
foram 1.532 atendimentos.
Então, eu diria que temos políticas públicas. Não
foi à toa que se criou essa Secretaria; não foi à toa que se criou um consenso
nesta Casa. Eu acho que só não muda de opinião quem não tem opinião!
Eu não vou falar de pessoas, mas há pessoas que
hoje vêm à tribuna que eram contrárias à criação dessa Secretaria, e das
políticas públicas nessa área. Eu quero dizer que nós continuamos com o mesmo
compromisso. E mais: a partir do dia primeiro de janeiro – se não bastar essa
Emenda –, eu estou assumindo aqui, Todeschini, o compromisso, perante esta
Casa, de conversar com a Secretaria, a SEDA. Está aqui a Dra. Fabiana – nem
falei com ela –, e falo em nome do Prefeito Fortunati e em meu nome, para que a
gente possa, inclusive, além dessa Emenda, aperfeiçoar, porque, se lei
resolvesse o problema do Brasil, vocês sabem que este País estava resolvido.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Sebastião Melo, propomos que seja feito um debate para encontrar
uma solução superior ao que está sendo colocado hoje, que é simplesmente a
exclusão desses itens do Projeto de Lei. Se não é recolhimento, talvez a palavra
correta seja acolhimento, e uma central de distribuição, de motivação de
adoção; mas é preciso que haja um mecanismo dessa natureza, com essa qualidade.
No nosso entendimento, a Emenda que o nobre colega Ver. Beto Moesch assina é
“monitoramento dos animais de rua”. Bem, vamos monitorar como? Eu creio que
precisamos encontrar uma síntese a simplesmente suprimir esses dois itens do
Projeto. Então, essa é a nossa disposição, e queremos dialogar com Vossa
Excelência.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Ver. Comassetto, eu agradeço a sua contribuição e
tenha a certeza de que não falta neste Governo, e não faltará no próximo
Governo, diálogo. Aliás, acho que a democracia, Ver. Cecchim, Líder da minha
Bancada, deve caminhar nessa direção.
Mudando para um outro lado, que é o lado do
Executivo, não deixarei de ter o diálogo permanente e o reconhecimento de que,
ao fim, ao cabo, tudo passa por esta Câmara, e esta Casa contribui em muito
aperfeiçoando os projetos do Executivo.
Agora, volto a dizer, Presidente Haroldo: não cabe
aqui discutir. Acho que a Prefeitura, ao analisar o Projeto que saiu desta
Casa, deveria ter tido mais acuramento no processo dessas Emendas. Eu já me
manifestei, em vários momentos, sobre isso. A Prefeitura não deve, na minha
avaliação, Ver. Dib, recolher animais – isso é uma coisa do passado; agora, a
Prefeitura deve ter um pulso muito forte de fiscalização! Isso ela tem que
fazer, isso ela não pode delegar, ela tem que articular de forma transversal no
Governo! É uma questão de Saúde pública sim!
Nós estamos avançando muito. Ver. Todeschini, e
quero dizer ao Ver. Comassetto que eu não mudei de opinião sobre a Lei das
Carroças. Nós fizemos uma Lei, a qual a sua Bancada votou contrariamente, e eu
respeitei isso profundamente. Existe hoje um cadastramento muito adiantado. E
nós acabamos de receber uma belíssima notícia do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES; são R$ 17 milhões, é um Projeto audacioso,
que proporcionará a criação de centrais de triagem, que qualificarão os galpões
que estão aí, que investirá pesadamente na qualificação profissional. E a Lei
autorizou oito anos justamente porque ela olhou para o lado social. A coisa
mais fácil era fazer uma lei e dizer: “As carroças não circularão mais a partir
da aprovação da Lei”. Eu quero dizer que, de forma responsável, esta Câmara deu
oito anos de prazo ao Executivo, e nós temos até setembro de 2016 para fazer
isso. Eu reconheço que a Prefeitura está um pouco atrasada nesta matéria!
Reconheço! Mas eu acho que o tempo de recuperar agora...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLE nº 036/12.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, ilustres colegas Vereadores, eu acho muito importante que a gente
possa voltar a essa discussão dos direitos e da defesa dos animais porque é
importante, Ver. Beto Moesch, que nós possamos fazer uma retrospectiva. Há não
muito tempo, nós tínhamos grandes dificuldades com cuidados animais. Nós
tínhamos algumas orientações antiquadas, orientações que não levavam em conta a
questão dos direitos dos animais, orientações que não tratavam com humanidade a
questão dos animais e que, infelizmente, deixavam à margem de mais de 80% da
nossa população. O que nós observamos hoje é que, efetivamente, as populações
mais periféricas, as mais carentes da Cidade não têm carência de afeto pelo seu
animal de estimação. Não têm carência de afeto pelo seu animal de estimação!
Elas podem ter carência de outras questões, mas não têm essa carência! E, nesse
aspecto, essa população estava desassistida antes da criação da SEDA. A SEDA
foi um marco e um paradigma que esta Cidade teve. Humildemente, Ver. Beto
Moesch, era membro da Comissão, quando esta Comissão, a partir do Projeto que
veio do Executivo, conseguiu dar um impulso maior nessa discussão, que começou,
num primeiro momento, a se palmilhar entre os direitos do ser humano e os
direitos dos animais. Na verdade, não existe conflito de interesses nesses dois aspectos; na verdade, esses dois aspectos: saúde humana e
animal caminham juntos. Quantas vezes nós observamos, nessas comunidades mais
periféricas – e aí falo de forma muito carinhosa e muito especial das
comunidades da Restinga, Belém Novo, Ponta Grossa e Lami –, a saúde humana
vinculada à saúde animal? Quantas vezes nós identificamos o ser humano com
verminoses e reiteradas vezes isso acaba acontecendo. Por quê? Porque não
tratamos o vetor, o animal.
É muito importante
fazer essa profunda reflexão e ressaltar esse marco regulatório que a Cidade
teve, essa iniciativa que o Prefeito Fortunati teve de construção da Secretaria
Especial dos Direitos Animais.
É importante refutar
que, muitas vezes, na Comissão, Ver. Beto Moesch, eu escutei ataques, defesa
daquilo que era retrogradamente executado com os animais – falo especificamente
do sacrifício aos animais! Os animais domésticos suspeitos de raiva eram
sacrificados, não eram tratados. Então, certamente se avançou muito nesse
sentido. É importante a manutenção dessa Secretaria; que ela possa cada dia
mais ser viabilizada para que, efetivamente, se possa cuidar dos direitos e da
saúde animal.
Eu quero lembrar a
muitos dos colegas que, inclusive, alguns estiveram aqui, de como era no
passado tratar essa situação. Eu participei da reunião, Ver. Beto Moesch, em
que veio um profissional da área Veterinária defender o sacrifício aos animais!
Na Comissão de Saúde e Meio Ambiente! Eu participei! Antes da criação da SEDA.
Ele tinha, se não me falha a memória, Vereadores desta Legislatura apoiando
essa posição! Importante que se possa resgatar, inclusive com as notas
taquigráficas dessa Comissão, para se identificar isso! Então temos que ter
coerência na mesma posição.
Quero dizer que o PDT
vota uníssono na proposta trazida pelo Executivo no sentido de se implementar
melhorias, de se possibilitar que essa Secretaria possa avançar nesses projetos
tão meritórios que o Ver. Sebastião Melo trouxe aqui. Nós estamos vendo a ação da
Secretaria Especial dos Direitos dos Animais no contato com as comunidades – as
castrações, o controle de natalidade animal –, que, sem dúvida nenhuma, traz
uma melhor qualidade de vida aos animais e melhora a qualidade de vida do ser
humano, isso é notório. A Secretaria tem-se apresentado, e é importante que,
cada vez mais, ela possa ter estrutura para realmente ampliar sua ação e sua
atuação. Salvem os animais! E que nós possamos, com humanidade, tratá-los
exatamente para que se possa permanecer com o carinho de que efetivamente eles
necessitam e que o ser humano, que se importa com essas questões, é capaz de
dar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLE nº 036/12.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Prezado Ver. Haroldo de Souza, presidindo os trabalhos, primeiramente,
eu fico contente porque, a cada dia que passa, esse tema é tratado com maior
relevância, ou seja, demonstra que, cada vez mais, a relação homem–animal é
algo concreto, algo presente. Hoje, cada vez mais, as pessoas têm animais
domésticos em suas casas, e que bom.
Fico satisfeito porque, há oito anos, foi aprovada
uma Lei de minha autoria. Observem a questão temporal – isso não faz muito
tempo –, uma creche no bairro Santo Antônio foi fechada porque tinha um galo –
o galo Frederico –, uma tartaruga e um coelho! A creche foi fechada pela
Vigilância Sanitária porque havia uma lei que não permitia que as escolas
pudessem ter animais domésticos. Quando a Diretora da escola me procurou por eu
ser da área da Educação, eu lhe disse: “Não... Isso aí...” Fui atrás da
legislação e constatei que realmente havia uma lei, de 1969, que não permitia
que as escolas pudessem ter animais domésticos.
Ora, novo milênio, novo século, a relação homem–animal
cada vez mais presente, por que não se poderia ter? Lembro que, na
oportunidade, fui falar com o Secretário da Saúde, e ele disse: “Olha, tem uma
lei e nós não temos como alterá-la”. Então obrigou que este Vereador entrasse
com projeto de lei propondo que as escolas que quisessem pudessem ter animais
domésticos. Claro que eu fiz vinculações ao projeto pedagógico, porque, por
exemplo, uma pessoa, inadvertidamente, poderia ter uma cobra como animal
doméstico, mas isso não é animal doméstico para todos. Então, colocamos que o
projeto pedagógico deveria estar vinculado à Vigilância Sanitária, que também
iria dizer, junto com a Zoonoses, se poderiam ter ou não esses animais. Parti
de um primeiro pressuposto que acho ser o mais importante: se as crianças não
tiverem contato com animais na primeira infância, não será depois, como
adultos, que vão ter carinho, zelo, afeto e gosto por esses animais. Estou
falando de oito anos atrás! Levou um bom tempo para essa lei ser aprovada, pois
lembro que, na época, os veterinários queriam que cada creche devesse ter um
veterinário responsável, o que iria onerar cada vez mais. Depois de muitas
discussões – e foram quase dois anos para que esse projeto fosse aprovado –, os
próprios veterinários entenderam que seria bom também para eles. Já que viram
que não iriam conseguir exigir um veterinário por creche, pelo menos as
crianças teriam contato com os animais nas escolas, teriam animais em casa, e
isso poderia trazer mais empregos.
Então, vejo que Porto Alegre evoluiu. Sem sombra de
dúvida, somos uma cidade muito avançada nessa questão da causa animal, em
relação não só ao Brasil, mas a vários lugares do mundo. A proposta da
retirada, de recolhimento, remoção e apreensão é discutível, sim. A emenda do
Ver. Beto Moesch minimiza, mas não pode o Município ficar totalmente com a
responsabilidade. Quando fui Secretário do Meio Ambiente – e o Ver. Beto Moesch
talvez possa me ajudar nisso –, lembro que, no Parque Saint’Hilaire, nas
férias, eram largados mais de trezentos animais; ou as famílias iam entrar em
férias e abandonavam os animais; ou recolhiam os animais no litoral ou na serra
e, ao retornar, os abandonavam. Quer dizer, o Poder Público está fazendo a sua
parte, evoluindo, é só perceber o que já evoluiu.
O processo de castração ainda não é o que
gostaríamos que fosse, porque isso precisa de mais recursos. Lembro que, quando
foi aprovada a SEDA, coloquei uma emenda que prevê – e ainda não foi
regulamentada pelo Sr. Prefeito – que animais vítimas de atropelamento ou com necessidade
de urgência para cirurgia ou atendimento rápido, até três salários mínimos,
ficariam isentos, e o tratamento teria que ser feito. Na realidade, são
evoluções, e a SEDA está fazendo esse papel com propriedade, ou seja, tratando
da coisa – eu uso a palavra “coisa” não no sentido pejorativo, mas no do trato,
do bem-estar do animal; essa relação que é tão presente entre nós, homens e
animais, tratando como uma questão muito séria, de aproximação, porque todos
temos uma afeição muito grande pelos animais.
Então, vejo que Porto Alegre está evoluindo e,
quando traz essa questão, tem as suas dificuldades, porque não adianta também
colocar de forma concreta que vai recolher todos se não vai recolher. Então,
temos que ser pragmáticos, ninguém pode assumir aquilo que não tem condições de
assumir na sua plenitude. Volto a dizer que Porto Alegre está muitos anos à
frente em relação às demais cidades do Brasil e da América do Sul e que, sem
sombra de dúvida, trata isso com seriedade, por isso instituiu uma Secretaria
dos Direitos Animais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para
discutir o PLE nº 036/12.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Haroldo
de Souza; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, acho extremamente pertinente a
preocupação do Ver. Todeschini com relação à continuidade da sua Emenda
proposta lá na apresentação do trabalho, porque o Ver. Todeschini foi quem teve
o cuidado de garantir que, ao determinar a criação da SEDA, também houvesse um
destino para aqueles animais que precisam ser avaliados, especialmente os
animais de rua ou não de rua que têm um comportamento muito agressivo, um
comportamento que preocupa todos os porto-alegrenses. Por isso a pertinência da
sua Emenda de garantir que a Secretaria pudesse traçar uma política pública
nesse entendimento, porque fazia parte da Zoonoses, e não mais o faz, ela tem
que ser mantida e tem que ser garantida neste Projeto, como assim foi definido.
E falava a Rita, a nossa Assessora, agora há pouco, com muita propriedade, que
a dificuldade de não se manter este artigo que o Prefeito está excluindo, com
esta nova proposta, vai gerar a anulação da lei que estabelecia a destinação
desse trabalho na Zoonoses. E nós então passamos, em Porto Alegre, a não ter
nenhuma política ou nenhum atendimento para esse tipo de caso, o que pode
caracterizar uma omissão do Executivo frente a determinadas situações,
especialmente a dos animais mais violentos na nossa Cidade. Nós temos tido algumas
preocupações com os animais ferozes, especialmente cães, e que têm, sim, um
comportamento preocupante, que chegam mesmo a provocar algum acidente, mordendo
crianças ou adultos, como já aconteceu em vários lugares na cidade de Porto
Alegre. Portanto, é extremamente necessário e pertinente.
Quero aqui só dizer que votamos favoravelmente à
criação da Secretaria, porque entendíamos, e continuamos entendendo, a
necessidade de uma política de atendimento para os animais na cidade de Porto
Alegre. Quero lamentar que a estrutura que ali foi definida e o trabalho que
está sendo implantando ainda estão muito aquém daquilo que realmente Porto
Alegre demanda. Nós fizemos, durante o período eleitoral, muitas visitas a
muitas vilas de nossa Cidade e, por diversas momentos, em atropelamentos, em
descaso de animais abandonados, recorremos ao 156 solicitando o atendimento da
SEDA, emergencialmente em alguns casos, mas, lamentavelmente, a falta de
estrutura disponibilizada para essa Secretaria acarretou muitas vezes o não
atendimento e até mesmo a negligência com relação a determinadas situações de
animais abandonados nas vilas e nas ruas de nossa Cidade. Essa é uma questão
que precisa ser vista de uma outra forma. Não adianta criar uma Secretaria que
tem um belo discurso de atendimento de uma política que, na prática, não se dá,
não é efetivada. Então, parabenizo V. Exa. pelo cuidado que tem, especialmente
com a determinação desta Emenda que foi feita, que foi colocada muito bem,
alertando todos nós que vai ficar um vácuo na legislação; portanto, o cidadão
de Porto Alegre não terá a quem recorrer nesta situação do Departamento de
Zoonoses ele passou como atribuição para a Secretaria; hoje, nós estamos
tirando, através desse Projeto que o Prefeito encaminha, essa atribuição da
própria Secretaria. Esta é a grande preocupação que fica. Espero que o Ver.
Sebastião Melo, como tem uma conduta exemplar na Casa e será o Vice-Prefeito,
inclusive se colocou à disposição para resolver este problema...Esperamos,
então, Ver. Sebastião Melo, que o senhor possa propor uma alternativa para a
manutenção desta Emenda e desta preocupação do Ver. Todeschini frente a este
problema. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Carlos Todeschini, que solicita o adiamento da discussão, por uma Sessão, do
PLE nº 036/12. (Pausa.)
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sempre foi política da Prefeitura o recolhimento, somente nós
transferimos, na aprovação da Lei, as atribuições da Zoonoses para a SEDA;
portanto, se isso for desfeito, não há repristinação, a lei revogada não
retorna, tem de haver nova Lei.
E por isso, Ver. Adeli, de acordo com a sua
proposta, Ver. Beto Moesch também, nós precisamos fazer as coisas bem feitas e
não fazer porque “tem de dar conta e porque eu tenho uma maioria e faço o que
eu bem entendo”. Nós estamos aqui fazendo um apelo, Ver. Dr. Raul – sei que o
senhor é sensível aí pela matéria –, para poder discutir uma alternativa, Ver.ª
Maria Celeste. Por que isso? Porque não basta estabelecer o monitoramento dos
animais soltos; as Emendas foram feitas para os casos que são graves e muito
graves dos animais mordedores, agressores, com desvios comportamentais e
neurológicos. Muito diferente daquilo que o Ver. Cecchim quis dizer aqui, que
faltou com a verdade. Então, vamos ser muito responsáveis, porque, aqui, nós
entendemos que o trabalho parlamentar tem que ser responsável e de qualidade,
preocupado com a Cidade e com a Saúde pública, preocupado com os animais, mas
preocupado também com as pessoas.
Eu tenho um caso na Rua Outeiro, Ver. Ferronato, de
uma moça de 18 anos, que passava com a mãe, e um desses cães das raças
modificadas saltou o portão e lhe arrancou a panturrilha da perna. E eu a
visitei. Isso faz aproximadamente um ano e meio.
E é para esses casos, para o tratamento desse
animal, é que precisa passar por alguém do Poder Público que faça, não só o
monitoramento, mas o recolhimento e a observação desse animal.
Se não é para ter isso, então, para que foi criada
a SEDA? É para ser um pet shop de
luxo? É para envaidecer o ego da primeira-dama? Não dá para ser assim! Aqui,
tem responsabilidade, tem dinheiro público envolvido, Ver.ª Fernanda! Muito
dinheiro público envolvido!
E muitas pessoas me questionaram por que votamos
esta Lei tendo tantas crianças precisando de cuidados, tendo 70 casas que
abrigam crianças sem família, e com tantos problemas que temos na Cidade? Não,
nós votamos a Lei, porque é preciso, sim, ter um cuidado especial com os
animais, porque existe uma Lei estadual que faz um regramento, que é preciso
adaptar para a Lei municipal. E não é o problema da Zoonoses, não é uma questão
de eutanásia, não é uma questão de eliminar os animais, mas é uma questão, sim,
de fazer aquilo que a SEDA diz que tem que ser feito, e que as famílias, nesses
casos, não têm condições de fazer aquilo que precisa ser feito com animais
mordedores, animais agressores, animais com desvios neurológicos e
comportamentais.
A SEDA é quem tem uma equipe de profissionais, a
SEDA tem veterinários, a SEDA tem automóveis para o transporte, tem espaço
físico, tem os canis ou tem que construir esse espaço para abrigagem desses
animais, mas é a SEDA que deve fazer.
Então, eu fico muito, muito triste, Ver. Sebastião
Melo, com esse tipo de medida, porque uma Prefeitura que tem R$ 5,3 bilhões de
Orçamento se nega a fazer uma atribuição, votada aqui por unanimidade, que
criou a Lei, e quer se desincumbir de mais isso, já não faz muita coisa. Os
esgotos estão todos entupidos; a iluminação pública funciona a trancos e
barrancos; a poda das árvores não é feita – elas caem em cima das casas; e
quantas outras coisas. A saúde não existe, é uma vergonha. Agora, aquilo que
nós criamos como Lei, aquilo que nós votamos em acordo, por acreditar que seria
uma boa política para a Cidade, está querendo ser desfeito, por obra e
capricho... Agora, eu entendo o que a Secretária ou a futura Secretária, Regina
dizia: “Eu não quero trabalho, eu não quero obrigação, eu quero fazer
política.” Parece-me que ela quer cuidar de pet
shop. Lamentável! Faço e encaminho este Requerimento para adiamento de uma
Sessão, para que nós possamos examinar, Ver. João Dib, espero a sua
sensibilidade como Líder. Adiar a discussão por uma Sessão, para avaliar, para
ver qual é a solução, intermediária e alternativa, para que nós não deixemos
aqui um vazio de lei, pois, uma vez revogados esses artigos, nós não teremos nada
no lugar, nem uma responsabilidade, nem uma obrigação e nem uma atribuição do
Poder Público, que é sim o responsável nesses casos. Peço a sua atenção, Ver.
Sebastião Melo, para isso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Carlos Todeschini.
(A Ver.ª Fernanda Melchionna assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. ADELI
SELL: Venho aqui fazer um apelo, mais uma vez, para que nós pudéssemos, na
tarde de hoje, fazer uma grande concertação acerca deste Projeto. Todos nós
temos preocupação com a Cidade e temos que trabalhar por isso efetivamente. Por
isso que eu falei, Ver. João Antonio Dib, que, se a gente não pode fazer a
coisa certa, a gente tem que tentar fazer a coisa certa. E nós estamos
tentando, aqui, fazer a coisa certa, fazer com que nós tenhamos um grupo de
trabalho que, com tempo determinado, não é para enrolar, não é para enganar,
faça, efetivamente, a mudança que tiver que ser feita, mas que não
descaracterize a Secretaria Municipal dos Direitos Animais, que não
descaracterize sua função primordial para a qual ela foi criada. Nós não
devemos, nós não podemos e não teremos uma Secretaria de faz de conta. Nós
temos que ter ações governamentais efetivas. Aquilo que é de competência da
municipalidade deve ser feito, Ver. Luciano Marcantônio. Queria chamar também,
de modo especial, não só a Bancada governista, a base do Governo, em especial a
Bancada do PDT, o Prefeito, para que, junto com o Vice-Prefeito, Ver. Sebastião
Melo, possamos chegar a um denominar comum. Não é correto hoje forçarmos essa
votação, por isso que nós estamos propondo a postergação por uma Sessão, para
que a gente possa, portanto, em tempo recorde, resolver o impasse que tem
solução, que é possível de ser feito, se todos tiverem a tranquilidade e a
serenidade de pensar naquilo que é bom para a cidade de Porto Alegre e para a
coletividade. Se houver atenção dos Vereadores que estão em um colóquio no
centro do Plenário, talvez eu os convença, Ver. Dr. Thiago Duarte, Ver.
Professor Garcia, de que nós podemos ter uma solução concertada, consensualizada a partir da boa vontade de retirar, de postergar por
uma Sessão este Projeto de Lei. Mais uma vez, para o telespectador, para as
pessoas que estão nos acompanhando aqui eu digo: a Secretaria Especial dos
Direitos Animais foi criada para fazer valer a Lei nº 9.605/98, que diz que os
maus-tratos aos animais são um crime ambiental; ela foi criada para resolver a
velha discussão entre bem-estar e zoonoses; ela foi criada para que,
efetivamente, não ficasse sombreada a ação que deve ser feita em relação aos
animais, principalmente aos animais de rua; foi uma Secretaria especial. Nós
não podemos, hoje, descaracterizá-la; nós não podemos fazer um confronto com
uma legião de protetores que existe na Cidade e que, cotidianamente, tira seus
minguados recursos do bolso para ajudar a cuidar dos bichos na Cidade. A
municipalidade tem que ter uma participação efetiva. É isso o que eu peço das
senhoras e dos senhores para reflexão, aprovando a postergação da votação deste
Projeto por uma Sessão, e que nós possamos, de forma articulada, negociada
politicamente, institucionalmente, chegar a um denominador comum. Esse é o
apelo que faço a V. Exas. nesta tarde de hoje. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Carlos Todeschini.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra. Presidente,
Ver.ª Fernanda Melchionna; Srs. Vereadores; Sras. Vereadoras; meus senhores e
minhas senhoras, eu não pretendia fazer uso da palavra para encaminhar
contrariamente à pretensão do Ver. Todeschini de adiamento por uma Sessão, mas,
como foi feito um apelo à minha sensibilidade, eu devo dizer que a minha
sensibilidade e, mais do que isso, a minha educação de homem simples não me
permite fazer ilações com pet shops,
não me permite agredir pessoas que não estão aqui e que não estão relacionadas
pelo menos diretamente. Não me permite!
Agora, vamos
esclarecer: este Projeto não é novo na Casa; não é novo, entrou aqui no dia
13 de agosto; foi dado o Parecer da Comissão de Justiça no dia 8 de outubro, e,
no dia 24 de outubro, na Comissão de Finanças. Todos os Vereadores tiveram
tempo para examinar. E o art. 4º, de onde serão sendo retirados dois incisos,
diz o seguinte (Lê.): “Todas as atividades públicas municipais referentes aos
animais domésticos passam a ser administradas pela SEDA, respeitadas e mantidas
as competências da Equipe de Vigilância de Zoonoses”.
Eu não vou falar mais nada, está tudo escrito, e os
Vereadores esqueceram de fazer a leitura. É mais fácil agredir pessoas que não
estão presentes, que não têm como fazer a sua própria defesa. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Fernanda Melchionna): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Adeli
Sell, o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Todeschini, referente ao
adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLE nº 036/12. (Pausa.)
(O Ver. Haroldo de
Souza reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): (Após a
apuração nominal.) REJEITADO o Requerimento
do Ver. Carlos Todeschini por 11 votos SIM
e 18 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 036/12.
(Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 01 ao PLE nº 036/12.
O SR. ADELI
SELL: Encaminho em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, do nosso
Líder, Ver. Engenheiro Comassetto, e dos Vereadores Carlos Todeschini, Sofia
Cavedon, Maria Celeste e Mauro Pinheiro. Acompanhamos o Governo em várias
votações no último período, sempre que o Paço Municipal necessitou do apoio, da
contundência da Bancada do PT, e várias vezes nós fomos seguidos aqui pelo Ver.
Airto Ferronato; por exemplo, nós ajudamos a cidade de Porto Alegre, e mais uma
vez somos nós que queremos ajudar a consertar o que está errado. Não está bem –
pelo contrário, está mal a redação. Ver. Sebastião Melo, lastimo dizer, lastimo
ter que cobrar de forma tão veemente que vamos descaracterizar... E eu falei
“vamos”, porque, por essa votação que acabou de ter aqui, tem uma maioria que
parece caminhar também na votação do Projeto, mas nós não vamos acompanhar a
destruição, a descaracterização da SEDA, porque, mais do que qualquer outra
coisa, nós já pagamos um preço caro para alguns setores da sociedade que
discordavam da SEDA.
Lembro de um debate feito por dois camaradas da
nossa Bancada, o Ver. Mauro e eu, num programa de tevê; por incrível que
pareça, num programa de tevê, eram dois militantes do mesmo Partido que
discutiam essa questão, que é uma questão complexa, porque há divergência em
torno de alguns conceitos sobre a questão do trato aos animais. Aqui temos dois
agrônomos que também passaram por algumas cadeiras da Veterinária; eles têm
posições com que não necessariamente eu comungue, ou outras pessoas, porque
entre todos os que estudam o comportamento animal não há cem por cento de
concordância, mas há uma grande concordância, na cidade de Porto Alegre, de que
não mais podemos conviver com tantos animais soltos, com animais que são
maltratados, chutados, espezinhados e que, por isso mesmo, ficam mais e mais
ferozes. No mínimo nisso há concordância.
Há animal doente, animal infectado, que passa mal,
que sofre por causa de carrapatos; há vários animais sequelados, tremendamente
sequelados; há animais jogados no Parque da Redenção! O próprio Professor
Garcia, ex-Secretário, membro do Governo, vem aqui e diz exatamente isso sobre o
Parque Saint’Hilaire: animais jogados no Saint’Hilaire.
Não queremos criar um depósito de animais na
Prefeitura; longe disso, essa nunca foi e não será a nossa posição. Não será a
nossa posição porque nós acompanhamos... Em 2003, 2004, quando dirigíamos a
SMIC, o serviço da Zoonoses era exatamente no terreno da SMIC, na Lomba do
Pinheiro. Acompanhava, naquela época, a diligente veterinária Beatriz
Busanello, que até foi Prefeita da cidade de Novo Machado, no Interior do Rio
Grande do Sul e que hoje trabalha no sul catarinense. Quantos e quantos debates
fizemos aqui! O Sebenelo estava aqui ainda, o Ver. Beto Moesch acompanhou,
desde a primeira reunião, o Fórum de Bem-Estar Animal. Esses debates foram
recorrentes aqui nesta Casa. Então, eu não consigo entender por que essa
pressa, por que essa posição tão fechada, tão intransigente do Governo no dia
de hoje. Quando nós estendemos a mão, estamos ofertando uma caneta para fazer
uma redação mais qualificada, mais pertinente, mais correta, que tenha a ver
com a Cidade, a ver com o bem-estar animal, e nós não estamos recebendo um
sinal para que isso aconteça, Ver. João Dib. É o que está acontecendo com a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre nesta tarde de 5 de novembro. Continuará
assim até o final do ano, com essa composição? Porque muitos Projetos podem e
devem ser votados ainda este ano aqui nesta Casa.
Portanto, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, quero fazer um apelo para que possamos evoluir. Agora não tem
mais alternativa: ou a gente derrota o Projeto, ou o Projeto derrota a Cidade.
É uma opção. Eu fico com a Cidade evidentemente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 01 ao PLE nº 036/12, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
assessoria do Poder Executivo presente, venho aqui em nome da oposição – já
viemos a esta tribuna anteriormente – propor, sugerir ao Executivo, principalmente
ao seu Líder, Ver. João Antonio Dib, e ao futuro Vice-Prefeito, Sebastião Melo,
que pudéssemos construir uma solução superior ao que foi apresentado aqui pelo
Executivo. Quando votamos o Projeto da SEDA em 2011, nós, da oposição, votamos
pela aprovação do Projeto, porque contribuímos com algumas Emendas, e essas
Emendas foram acolhidas. Agora o Governo, de uma forma precipitada, esta é a
terminologia correta para o momento, porque este Projeto entrou aqui na Casa em
agosto, em plena discussão eleitoral... Foi pedido art. 81, não passou pelas
discussões nas Comissões. E pede para excluir do Projeto uma parte
importantíssima para a Cidade e para a proteção dos animais, que é a
possibilidade de a Prefeitura ser responsável pelo recolhimento, pelo acolhimento,
pelo alojamento, pela guarda, pelo trato dos animais, principalmente os
abandonados. Nós sugerimos, em nome da oposição, no debate anterior, que o
Executivo Municipal, com a construção que foi feita por esta Casa, criando a
Secretaria Especial dos Direitos Animais, possa ter um local que seja um local
convergente, porque nós possuímos... O Ver. Sebastião Melo trouxe os números de
castrações que a Secretaria já desempenhou, e outros; era esse o objetivo da
SEDA, é esse um dos seus objetivos. E os animais abandonados? Ter um local de
guarda e um local que possa ser referência para aqueles que quiserem adotar
animais, isso faz parte de uma possibilidade propositiva.
O Ver. Thiago, que atua muito no Extremo-Sul, sabe
onde eu moro. Eu morava numa estrada chamada Granja Bela Vista, preciso contar
isso aqui para retratar o que nós propusemos e queremos que aconteça na Cidade.
Os animais são descartados naquela região da Cidade, Ver. Valdir Fraga – que
foi Presidente desta Casa e agora assessora o Prefeito – e onde eles vão se
alojar? Naquelas casas que os acolhem e naquelas vilas comunitárias. Chegou um
determinado momento em que soltaram, no portão da minha casa, uma cadela que
recém tinha dado cria, com oito filhotinhos. As minhas crianças foram lá e
recolheram todos esses animais, nove animais. Eu já tinha nove em casa, passei
a ter 18 cachorros, que eu tive que acolher e cuidar. Com o tempo, fui doando
muitos deles. Mas isso é função de um cidadão comum, ou é função do poder
público? Ter uma estrutura que possa acolher esses animais, tratá-los,
vaciná-los, inclusive colocar num site,
para que haja uma distribuição, para que as pessoas possam adotá-los, etc.
Então, no momento em que a Prefeitura exclui esse item que diz que ela seria
responsável pela garantia de um espaço físico destinado ao acolhimento, à
observação e ao trato desses animais quando for necessário, ela está tirando a
sua responsabilidade do coração do Projeto. Isso aqui é o coração e a mente do
Projeto, Ver.ª Fernanda, Ver.ª Sofia, Ver.ª Maria Celeste! Falo isso às
mulheres desta Casa porque este Projeto precisa de sensibilidade. E foi
retirado, por parte do Executivo, essa questão da sensibilidade ao Projeto.
Digo mais: temos uma Vereadora do PMDB que se elegeu com a campanha em defesa
dos animais. Será que essa futura colega Vereadora foi consultada a respeito da
exclusão por parte do Executivo? Tenho segurança de dizer que não. Será que as
entidades protetoras dos animais foram consultadas a respeito desse inciso?
Tenho segurança de dizer que não.
Quando propusemos aqui, Ver. Adeli, que pudéssemos
dialogar para encontrar uma solução, a solução não é a Emenda apresentada pelo
Ver. Beto Moesch que diz que os animais de rua terão que ter monitoramento. O
monitoramento vai ser através de câmaras? Vão colocar um chip em cada animal de rua e ficar controlando-os via satélite? É
muito vago isso! Essa é aquele tipo de Emenda que tenta justificar o
injustificável.
Quero dizer aqui que, desta vez, a oposição
continuará com aquilo que a Cidade escolheu, que é um Projeto com competência
na criação da SEDA, e não um Projeto que venha a esvaziar a SEDA. Portanto, nós
votaremos contrários à proposta do Governo, que foi uma proposta que entrou
aqui com muita rapidez, não foi discutida, a Cidade não foi consultada, as
entidades protetoras dos animais também não foram consultadas, e retira aquilo
que eu já disse – o coração e a inteligência do Projeto, um local de
acolhimento para os animais abandonados pela Cidade. Um grande abraço e muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos
Todeschini, a Emenda nº 01 ao PLE nº 036/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 22 votos SIM e 09 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o PLE nº 036/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 19 votos SIM, 11 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
O SR. ADELI SELL: Declaração de Voto.
Entrego à Mesa a seguinte declaração: a Bancada do Partido dos Trabalhadores
vota pelas tarefas originais da SEDA.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O.k. Está recebida.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, aproveitando a excelência do quórum registrado na Casa
no dia de hoje, eu proponho que os Projetos da Ordem do Dia de quarta-feira, que são
Títulos, possam ser votados agora, até porque alguns já estão com data marcada
para a entrega do Título, se o Plenário concordar.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, nós não temos acordo, porque hoje
pela manhã estava marcada uma reunião, às 11h, para decidirmos a pauta. A
reunião foi suspensa, e assim não funciona! Então, tem que haver os ritos: às
11h, as Bancadas se reúnem para decidir. Nós temos que dar um ordenamento à
Casa. Muito obrigado.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Vereador Comassetto, eu faço um apelo a Vossa
Excelência. O que nós vamos votar são os Títulos – não é matéria outra que não
os Títulos –, nós temos quórum para isso! Eu faço um apelo a Vossa Excelência!
São Títulos, nada mais.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Os Projetos estavam na Ordem do Dia na semana passada!
O SR.
SEBASTIÃO MELO: São Títulos, Comassetto. Não são outras matérias!
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Em função do apelo do Ver. João Antonio Dib e do
Ver. Sebastião Melo, sendo Títulos, nós sempre temos o acordo de que, havendo
quórum, votar. Então, pela grandeza do relacionamento desta Casa, consultando
os meus colegas da oposição, nós temos acordo. (Palmas.) Eu só quero registrar
que é pela grandeza das relações desta Casa.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Muito obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.
Em votação
o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADO.
Também recebemos a
justificativa de voto da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1689/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/12, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que
concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Ricardo Malcon.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 29-10-12.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLL nº
132/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação nominal o PLL nº 132/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 30 votos SIM.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1797/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 139/12, de autoria do Ver. Kevin Krieger, que concede o título de Cidadão de Porto
Alegre ao desembargador federal Nylson Paim de Abreu.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. DJ Cassiá: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 31-10-12.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLL nº
139/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº
139/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 16h36min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passaremos
ao Grande Expediente.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente. Ver. Braz, eu não sei se a gente
poderia... Só um minutinho... (Pausa.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Informo que, de comum acordo entre os Vereadores, o
Grande Expediente de hoje será transferido para quinta-feira.
Passamos às
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente dos trabalhos, senhoras e senhores, (Lê.): “Termo
de Compromisso que celebram entre si o Município de Porto Alegre e a empresa
OAS S.A. para implantação do empreendimento denominado Arena Esportiva do Grêmio”.
Esse é um Termo apresentado na Justiça que até então não estava acessível à
população de Porto Alegre. Esse Termo de Compromisso deve dar concretização ao
processo de aprovação dos projetos junto à Prefeitura, cujo estudo de
viabilidade urbanística e estudos de impacto ambiental determinam as medidas
mitigadoras e compensatórias que o empreendimento deve cumprir em função dos
impactos urbanos e ambientais que esse empreendimento causa. No caso dessa
empresa, OAS, estavam elencados no estudo de impacto ambiental, como a
realização da Avenida Padre Leopoldo Brentano, da A. J. Renner, de vários
trechos aqui arrolados, rotatória entre essa rua e a Voluntários da Pátria,
rotatória da Padre Leopoldo Brentano e Av. 2122, A. J. Renner, Av. Ernesto
Neugebauer – completá-la, as escolas... As medidas compensatórias relativas às
escolas: reconstruir a Escola Oswaldo Vergara, afinal se apropriaram da Escola
e receberam uma área pública para isso; oito salas de aula na Fagundes de Melo,
etc. Aí estão arroladas todas as obras que são necessárias no entorno da Arena
do Grêmio. Esse Termo de Compromisso é muito interessante para a sociedade
conhecer. Vai desde a Estação de Bombeamento do DMAE, rede de abastecimento de
água, esgoto; então o Termo de Compromisso arrola tudo o que estava considerado
nos Estudos de Impacto Ambiental e Urbano, de obras necessárias a serem
realizadas para suportar a Arena do Grêmio e o complexo hotel/shopping center, dois mil apartamentos
nas torres da OAS. Quando vai para o ponto cláusula segunda, pág. 6: “O
empreendedor se compromete a executar, às suas expensas...” Pasmem, na maioria
dos itens, ao invés de ser a execução das obras, consta apenas “elaborar,
fornecer e acompanhar “, e ainda escrito mal, para dar um entendimento
incorreto – e não acredito que seja erro: elaborar, fornecer e acompanhar o
processo administrativo até a aprovação dos Levantamentos, Estudos, Projetos
Básicos. Não é nem elaborar, fornecer a acompanhar os projetos, não! Não são os
projetos, não é o empreendimento, não é a obra, todas as obras que estavam
previstas no Estudo de Impacto Ambiental, não. É elaborar, fornecer e
acompanhar o processo administrativo até a aprovação dos levantamentos,
estudos, projetos básicos, funcionais, etc, do item 1.1, ponto 2, ponto 5. Ou seja,
tudo que era compromisso da empresa – construir às suas expensas, elaborar as
obras –, no Termo de Compromisso, ou seja, na exigência da Prefeitura, na
omissão da Prefeitura, na conivência da Prefeitura, na imoralidade da ação
pública, virou apenas acompanhar os projetos e processos administrativos até a
sua aprovação. Ficou apenas para a OAS fazer as escolas que ela mesma destruiu,
em contrapartida, que foram construídas lá no período, no inicio da aprovação;
algumas migalhas para as entidades comunitárias, para acalmar as lideranças
comunitárias, que estão pedindo uma audiência pública no bairro Humaitá. Para
acalmá-las, tem aqui uns consertos em duas ou três entidades ou associação de
moradores, espaços físicos de associação de moradores.
O Ministério Público, Promotoria do Meio Ambiente,
informa a esta Vereadora que tentou uma perícia, não conseguiu, teve
arquivamento, mas entrará na Justiça com uma ação, cobrando as contrapartidas e
medidas mitigadoras desse empreendimento. Ora, senhores, será que isso é forma
de tratar o interesse público? Um empreendimento que vai causar um impacto de
trânsito, um impacto de uma enormidade sem precedentes, porque será uma Arena
belíssima que receberá milhares de pessoas, onde 2 mil pessoas vão morar,
então, a OAS vai comercializar apartamentos, está comercializando, vai deslocar
pessoas para shopping center, para
hotel e de nenhuma das questões viárias que o Estudo de Impacto Ambiental
indicou estão aqui cobradas no Termo de Compromisso. A Prefeitura não cobrou
nenhuma das medidas compensadoras do impacto da Arena do Grêmio – do
empreendimento da OAS, não da Arena –, no Termo de Compromisso. Isso, para mim,
caracteriza improbidade administrativa, caracteriza lesão ao interesse público;
penaliza milhares de famílias no entorno da Arena do Grêmio, porque a
Prefeitura está providenciando em torno de R$ 80 milhões para realizar todas as
obras que seriam de obrigação do empreendedor OAS. Ela está providenciando
recursos que poderiam resolver problemas de habitação, saneamento, emprego e
educação no Humaitá.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Toni Proença está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Visivelmente não temos quórum. Há
seis Vereadores presentes: Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Mauro
Pinheiro, Sofia Cavedon, Maria Celeste e este Presidente. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão. Muito obrigado pela atenção. Tenham todos uma boa
tarde.
(Encerra-se a Sessão às 16h46min.)
* * * * *